Country manager da Pomelo fala sobre como conectar o mercado financeiro tradicional às criptomoedas
Popularização das criptomoedas e surgimento do Drex criam oportunidades para conectar as finanças tradicionais à economia digital, aponta Rafael Goulart
Apesar do atual ciclo de baixa, o mercado de criptomoedas cresceu de forma considerável nos últimos dois anos. Atualmente, o valor total do mercado cripto é de US$ 1,32 trilhão, nível semelhante àquele exibido em fevereiro de 2021, dentro do período no qual ocorreu seu mais recente ciclo de alta.
No Brasil, especialmente, o mercado cripto tem se desenvolvido de forma veloz. O apoio dos reguladores e a introdução do Drex têm favorecido o florescer de uma economia baseada em blockchain e tokenização.
Rafael Goulart, country manager da fintech Pomelo, compartilha com o Cointelegraph Brasil como essas mudanças têm sido percebidas por uma empresa do mercado financeiro tradicional.
Transitando em dois mundos
Embora seja uma fintech do mercado financeiro tradicional, a Pomelo oferece soluções de pagamento, como cartões e contas digitais, para empresas do mercado de criptoativos. Alguns dos clientes ‘criptonativos’ da Pomelo são Ripio, Bitybank, Agrotoken e Bitso.
Goulart conta que a fintech não pretende integrar serviços envolvendo criptoativos, como compra e venda, em suas soluções oferecidas ao mercado. “Por ter uma solução voltada a atender às necessidades de outras empresas, o serviço da Pomelo é adaptável aos mais variados setores”, explica.
Uma vez que os clientes da fintech não são os consumidores finais, o country manager da Pomelo destaca que não faz sentido montar uma operação que reflita o modelo de negócios das empresas que atendem.
“Continuaremos fornecendo tecnologia para mediar produtos financeiros entre essas empresas e os seus clientes, com segurança de ponta e a agilidade que o mercado demanda”, acrescenta Goulart.
Não se trata, assim, de mudar os rumos da fintech. Dada a posição da Pomelo no mercado, a opção mais eficiente é continuar conectando empresas do mercado de criptomoedas com o mercado financeiro tradicional, através de cartões e contas digitais.
Como exemplo de solução que potencializa a presença de ativos digitais no mundo real, Goulart menciona a tokenização de cartões. Trata-se do processo de transformar um cartão físico em sua versão digital, disponível em qualquer celular. Essa funcionalidade permite que instituições financeiras de menor porte tenham uma penetração maior em todo o Brasil, dada a sua praticidade e baixo custo em comparação ao uso de cartões físicos.
“Os cartões emitidos pela Pomelo abrangem essa possibilidade, abrindo margem para que a empresa interessada tenha mais uma modalidade de crédito para oferecer ao consumidor”, explica Goulart.
O modelo de cartões tokenizados complementa, por exemplo, o serviço de tokenização da safra agrícola como forma de obter crédito, que alguns clientes da Pomelo praticam. O cartão tokenizado representa a flexibilidade na forma como os ativos digitais lastreados pela safra são utilizados, dando continuidade à flexibilização da produção.
“A principal vantagem é ter um ativo que não necessariamente é financeiro, mas que viabiliza um uso financeiro.”
Mesmo que decida não adentrar a indústria das moedas digitais, a Pomelo tem acompanhado os desenvolvimentos e adequado os seus serviços para potencializar as mudanças trazidas pela economia digital. A fintech vê a relação entre tradicional e cripto de forma complementar, e não excludente.
E o Drex?
O Drex, estrutura em blockchain desenvolvida pelo Banco Central, tem o potencial de mudar drasticamente o sistema financeiro brasileiro. Alguns participantes do programa piloto do Drex, como o Banco ABC, destacam que muitos casos de uso têm sido identificados dentro do ambiente criado para testes.
Os desenvolvimentos propostos pelo regulador não passaram despercebidos pela Pomelo. Rafael Goulart aponta que a fintech vê o Drex como “muito mais do que só uma digitalização da moeda”. A estrutura deve melhorar o ambiente de juros e democratizar o acesso ao crédito no Brasil, acrescenta.
“Hoje, para conseguir crédito junto a uma instituição financeira, é necessária uma comprovação da renda do consumidor junto aos órgãos de análise. O Drex vai ampliar a possibilidade de conceder crédito com lastro em ativos físicos, ou seja, aproveitar bens como garantia do risco”, afirma Goulart.
O desafio da Pomelo nesse contexto é, desta forma, encontrar formas de potencializar o uso desses ativos físicos transformados em ativos digitais, como já tem feito no mercado de criptomoedas.
“É algo que ajuda as duas pontas do processo: risco menor para os bancos e, consequentemente, taxas mais vantajosas para os consumidores. Portanto, para o mercado de cartões, será uma oportunidade de democratização e expansão do produto”, conclui Goulart.
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