Brasil vai propor mudanças em Itaipú e pode acabar com sonho do Paraguai de ser centro de mineração de Bitcoin
O governo brasileiro que rever o acordo de fornecimento de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, construída por meio de um acordo binacional entre o Brasil e o Paraguai, na região de Foz do Iguaçu. O acordo foi assinado em 1973 e prevê uma revisão dos termos após 50 anos.
Na revisão que deve ser debatida com o Paraguai até setembro, o governo brasileiro destaca que pretende equilibrar os termos para que eles atendam melhor aos dois países e isso significa baratear o custo da energia fornecido para o Brasil.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já ha reuniões agendadas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Paraguai, Santiago Penã, para debater o assunto.
“A meta é termos um acordo que atenda os interesses dos dois países e isso se dá por meio de um amplo debate. A vinda do presidente paraguaio é a demonstração de que o Brasil voltou a conversar com o mundo”, disse o ministro.
A usina binacional de Itaipu é estratégica tanto para o Brasil como para o Paraguai, já que com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, Itaipu fornece 8,7% da energia consumida no Brasil e 86,4% no Paraguai.
Mineração de Bitcoin no Paraguai
No entanto os planos de revisão do acordo de Itaipu podem acabar com o recente sonho paraguaio de ser uma 'meca' para a mineração de Bitcoin já que as alterações podem causar uma elevação nos preços de energia fornecidos aos mineradores no pais.
A mineração de Bitcoin no Paraguai começou por volta de 2015 com mineradores brasileiros como o empresário Rocelo Lopes, no entanto, no decorrer dos anos, grandes fazendas de mineração americana e chinesa desembarcaram no local.
Em julho deste ano a canadense Bitfarms anunciou a instação de uma fazenda nas regiões de Iguazú e Villarrica. A empresa é uma das mais importantes do setor, com um hashrate de mais de 5 EH/s.
Quem também anunciou expansão para o Paraguai foi a americana Sazmining. A fazenda da empresa será instalada próximo à barragem de Itaipu. O roteiro do projeto prevê que a fazenda comece a minerar em setembro, e terá uma capacidade de 5 MW, pelo menos nos primeiros dias.
Segundo divulgado pela empresa, o custo de energia acordado com o governo paraguai foi de US$ 0,047 kW/h , substancialmente inferior aos US$ 0,18 pago nos EUA.
Kent Halliburton, presidente e COO da Sazmining, declarou no podcast Bitcoin Builders de Nathaniel Whittemore que muitos funcionários e pessoas próximas ao governo estão minerando Bitcoin no Paraguai e isso cria um "ambiente favorável" a indústria de mineração já que, segundo ele, na América do Sul as "relações" fazem as coisas andarem mais rápido ou mais devagar.
"O Paraguai tem a receita para se tornar o novo Texas. As duas principais razões para a escolha desse país foram o risco jurisdicional nos Estados Unidos, que felizmente diminuiu, e o preço da eletricidade", disse.
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