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Canal Woohoo aposta em Web3, games e cripto em reformulação de grade

 

Com mais de 17 anos de história, o canal Woohoo é uma das principais referências na televisão para temas como surfe e skate. Agora, o projeto iniciou um esforço para se modernizar e atrair novos públicos, algo que envolve tanto mudanças na grade de programação quanto nas operações e presença do canal em outras plataformas digitais. Entre as novidades, está um novo foco em temas como Web3, criptoativos, games e e-sports.

 
 

Em entrevista à EXAME, Marcos Gueibel, que é presidente do conselho da holding do Woohoo, a Brickto S/A, explicou que essa mudança está apoiada na história do canal de "dar voz ao jovem" da época. Se, em suas origens, esse jovem eram quem "ficava andando de skate, surfando, coisas que naquela eram até mal faladas", hoje esse público está intimamente ligado às novas tecnologias, e os jogos e e-sports ganham cada vez mais popularidade.

 

"A história do canal é muito bonita, séria e responsável. Esse projeto do Woohoo potencializou esses esportes [surfe e skate] no Brasil, inclusive formando grandes campeões nacionais", destaca Gueibel. Entretanto, ele explica que é preciso entende que "o jovem mudou, a tecnologia mudou. Ele tem outros costumes, e e-sports faz parte disso. Então, entendemos que o Woohoo também precisava mudar".

 

Nova grande e programas

 
 

O primeiro passo nessa reformulação foi a criação do Wohoo Games, que tem como foco o mundo dos videogames, e-sports, tecnologia e Web3. O projeto já deu origem a alguns programas que entraram na grade, e outros devem ser lançados ao longo do segundo semestre deste ano.

 
 

"Assim como foi dado voz ao jovem lá atrás, e isso potencializou os costumes desse jovem em esporte olímpico, a gente acredita que o trabalho é dar voz ao novo jovem, criando essa narrativa de ser a nova casa do jovem, assim como a MTV foi há alguns anos. O game é o novo pop", afirma Gueibel.

 
 

A ideia é que a nova grade do canal, em fase de implementação, seja composta na seguinte divisão: 20% para os chamados action sports, englobando surfe, skate e lifestyle, 20% para games, tecnologia e Web3, 20% para comportamento da chamada Geração Z, com "conteúdos que eles gostam de assistir", e 40% para e-sports, com programas específicos, coberturas de eventos e competições e eventos próprios da empresa.

 
 

Uma das novidades previstas é o chamado Minuto Cripto, que será composto de seis a oito inserções ao longo da programa do canal e que apresentará um resumo do mercado de criptoativos naquele momento, tendo um foco "mais jornalístico". Outro programa vai focar na área de empreendedorismo na Web3, explicando como usar a tecnologia em negócios e o seu potencial.

 
 

Além disso, Gueibel explica que os programas vão compor tanto a programação linear na televisão quanto conteúdos multiplataformas. O canal já conta com uma plataforma de streaming para os seus assinantes, onde todos os programas ficarão disponibilizados e poderão ser vistos a qualquer momento. Ela também contará com a transmissão ao vivo e completo de competições de e-sports, uma vantagem em relação à televisão, onde há um limite de tempo para a transmissão.

 
 

Segundo o executivo, muitos programas já estão gravados e produzidos, mas ainda aguardam o fluxo natural dos canais de televisão antes do lançamento, inclusive a necessidade de aprovação pela Ancine, a agência reguladora da área. A ideia é que mais elementos da grade entrem no ar até o final de agosto, com implementação total até o final de 2023.

 
 

 
 

Web3, além dos programas

 
 

Entretanto, o objetivo do Woohoo é ir além da inclusão do tema da Web3 e do mundo dos criptoativos em sua programação. Gueibel diz que já estão sendo planejadas formas de usar a tecnologia em outros elementos da empresa, e também como fontes de receita e engajamento por parte do público.

 
 

Uma delas será a comercialização de tokens não-fungíveis (NFTs, na sigla em inglês). A previsão é que um dos programas permitirá que os compradores desses tokens participem ativamente na estrutura do projeto, incluindo na escolha de entrevistados, participação nas gravações e também de conteúdos que serão transmitidos. A ideia é oferecer versões tokenizadas de acessórios, inclusive periféricos de jogos, além de exclusividades e descontos em compras de itens físicos.

 
 

O foco do Woohoo e da Brickto S/A nesse ponto não surgiu do nada. Gueibel comenta que a holding já trabalha com a tecnologia Web3 e de tokenização em outros setores há mais de dois anos. Um dos focos da companhia é na tokenização imobiliária, com a realização de empreendimentos na área e ofertas privadas para compradores.

 
 

Ele explica que "ao testar a tecnologia, a gente percebeu uma aceitação bastante grande da nossa rede de clientes". Atualmente, a holding também conta com uma plataforma que busca incentivar o uso da Web3 nos negócios, com tokenização e aplicação de contratos inteligentes. Esse processo de inserção no segmento levou ao contato com o mundo dos jogos em blockchain, que também serão abordados no Woohoo.

 
 

"É fundamental ter alianças estratégicas com players que já estão há muito tempo nesse ramo, desde o início do projeto, interagir com quem já está dando certo no mercado", ressalta o executivo. Ao mesmo tempo, a ideia é que o Woohoo ajude a eliminar preconceitos e "aumentar a consciência da comunidade com o domínio de uso da Web3", mostrando todo o potencial da tecnologia e incentivando sua adoção.

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